Com um bater de asas desenfreado
até se alcançar a altitude em que deixamos de ser nós,
o ar irrespirável atira connosco para o sonho
Gelo, vulcões, tundra
dias longos
noites infinitas
saboreados numa espiral de imagens
ora nítidas, ora desfocadas
A planar no sossego do sorriso que mostra a paz
A disparar a pique numa queda vertiginosa
Explodem todos os medos
O êxtase arranca-te um grito sentido
do fundo da alma
Até chegar a calma
que desmaterializa os nossos corpos
numa miríade de minúsculas pérolas de água
Somos chuvisco
a cair sobre a Terra do Gelo
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